Ex-contadora de Youssef confessa ter emitido R$ 7 milhões em notas frias
Meire Poza prestou depoimento nesta quarta à CPMI da Petrobras
Da Redação / com agências - Wilson Dias / Abr
09/10/2014 00:00
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF), confirmou nesta quarta-feira (8) ter emitido R$ 7 milhões em notas fiscais frias enquanto trabalhou com ele. Segundo ela, porém, nenhuma das empresas para as quais trabalhava prestou serviços para a Petrobras, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades na estatal.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">“Emiti R$ 7 milhões em notas frias. Tenho uma empresa de contabilidade e a exceção foram essas notas”, disse Meire Poza.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">A contadora informou ter recebido 3,5% de comissão para a emissão das notas por sua empresa de contabilidade, Arbor Consultoria e Assessoria Contábil, para os negócios do doleiro. “Recebia 7% nas comissões com as notas frias. Na verdade, eram 3,5% porque dividia os recursos com o Enivaldo Quadrado [sócio das empresas de Youssef e condenado no processo do mensalão por lavagem de dinheiro]”, afirmou. O valor chegaria a R$ 245 mil.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-size:18px;"><strong><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; line-height: 30px;">Ré confessa</span></strong></span></span></p>
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<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), declarou que vai pedir a quebra dos sigilos bancário e fiscal da contadora, por ela ser parte do esquema comandado por Youssef. “Se é ré confessa de R$ 7 milhões de nota fria, não pode ser tratada como colaboradora”, declarou. Cunha defende que ela seja reconvocada como investigada.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), sustentou que Meire Poza não poderia ser intimidada na CPMI da Petrobras e que o depoimento dela é muito importante para esclarecer os desvios de dinheiro na estatal.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">Segundo o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), a participação de Poza não é de apenas uma contadora, mas de participante da organização. “Muita coisa passou pela mão dela. Ela fazia pagamentos, tomava empréstimos. Com a mesma rapidez que ela prestou as informações, vai se tornar réu também.”</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-size:18px;"><strong><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; line-height: 30px;">Petrobras</span></strong></span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">Poza negou que as empresas de Youssef para as quais prestava serviços tinham contratos diretos com empresas públicas, como a Petrobras. “Tinham relação com empreiteiras e não com empresas públicas. Mendes Júnior, Sanko Sider, Engevix, Paranasa, principalmente essas”, explicou.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">Segundo a contadora, a Arbor Consultoria e Assessoria Contábil prestou serviço para algumas empresas de Youssef como a GFD, holding que administra hotéis (Aparecida, Porto Seguro e Salvador) e o site webhoteis; Malga Engenharia; Graça Aranha, holding do grupo Marsans (operadora de turismo com 37 lojas).</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">O salário de Meire Poza seria de R$ 15 mil reais mensais para atender a todas as corporações de Youssef. Ela conheceu o doleiro a partir de Enivaldo Quadrado, condenado no processo do mensalão e que cumpre pena alternativa. “Alberto Youssef só o conheci em setembro de 2012. A informação que eu tive era de que a GFD era de um grupo estrangeiro”, disse.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-size:22px;"><strong><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; line-height: 30px;">Meire Poza confirma informações vazadas de depoimento à Polícia Federal</span></strong></span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">Informações divulgadas pela imprensa do depoimento de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, à Polícia Federal (PF) foram confirmadas durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras nesta quarta-feira (8).</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">Uma delas seria de que o doleiro Alberto Youssef já teria acertado R$ 25 milhões da parte prometida pelo PT para saldar dívidas de uma empresa dele, a operadora de turismo Marsans, segundo Poza. O dinheiro viria do Postalis, o fundo de pensão dos Correios, por meio de acordo entre PT e PMDB.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">“A pessoa do Postalis nomeada pelo PT já havia resolvido [o acordo] e faltava a ponta do PMDB”, disse a contadora. Ela acrescentou que a afirmação de Youssef foi feita em março deste ano, pouco antes de ser preso. Youssef teria vindo a Brasília para negociar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-size:18px;"><strong><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; line-height: 30px;">Empréstimo</span></strong></span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">A empresa de Poza também intermediou o empréstimo de R$ 4 milhões de Youssef com o banco Stock Máxima para pagar salários atrasados de funcionários da Marsans. “Os R$ 4 milhões eram algo urgente”, frisou Poza. Segundo ela, nem a operadora de turismo pagou o que devia a Poza nem ela quitou a dívida com o banco. A contadora também declarou que não foi acionada pelo banco para quitar suas dívidas.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou em 16 de setembro a falência do Grupo Marsans, operadora de turismo que fechou as portas em junho e deixou cerca de 4,5 mil clientes na mão. A decisão foi tomada porque a companhia não apresentou o plano de recuperação judicial no prazo previsto. As dívidas da corporação estão estimadas em R$ 57 milhões.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-size:18px;"><strong><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; line-height: 30px;">Parlamentares</span></strong></span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">Poza também falou do relacionamento de Youssef com parlamentares. Segundo ela, o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) recebeu de presente do doleiro Alberto Youssef um helicóptero no valor de R$ 800 mil.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">“Está em nome da GFD. Foi adquirido de uma empresa chamada Cardiomédica. O deputado utilizava o helicóptero. Não foi transferida a titularidade”, afirmou. A informação tinha sido dada em setembro pelo advogado Carlos Alberto Pereira da Costa à Justiça, em um acordo.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">Em agosto, Meire esteve no Conselho de Ética da Câmara, onde disse que Argôlo recebeu dinheiro do doleiro e que os dois mantinham “negócios ilícitos”.</span></span></p>
<p><span style="color:#666666;"><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 30px;">A contadora informou ainda que fez pagamentos para familiares de parlamentares. “Fiz pagamento ao deputado André Vargas (PT-PR), que depois eu soube que era do jatinho [emprestado pelo Youssef para uma viagem ao Nordeste]; para familiares do Luiz Argôlo; e outras operações que eu não sei quem são as pessoas”, apontou. A lista com os nomes de cidadãos a quem Poza transferiu dinheiro a pedido de Youssef foi apreendida pela Polícia Federal durante a operação Lava Jato.</span></span></p>
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